quarta-feira, 5 de junho de 2013

Relógio - despertador

Era um luxo nos anos 50 / 60 do século passado possuir um relógio destes, nomeadamente, nos meios rurais “montes”, onde a hora ainda se media pela altura do sol e o trabalho era marcado desde a hora do seu “nascer” até ao ocaso.

A vida do campo ainda era pautada pela natureza e era ela que, igualmente, indicava a hora das refeições.

O velho relógio que durante muitos anos, vindo do tempo da monarquia e que foi mantido pela 1ª República, soçobrou com o “Estado Novo” e só depois do 25 de Abril foi colocado um na Capela de Nª Sª da Conceição substituindo o que se encontrava há muito parado e sem condições de funcionamento. Logo a seguir, o município presidido por Manuel Cavaco Afonso colocou um relógio em cada igreja matriz das restantes freguesias.

Até essa altura a vila recebia as horas por contrabando vindas da vizinha Sanlúcar, o que nos causou durante os primeiros tempos grande confusão, até porque a hora era diferente.

O espalhar deste relógio e de outros tipos na vila de Alcoutim e mesmo no concelho foi originado pela acção comercial do nosso saudoso amigo, João Baltazar Guerreiro, que além de os ter à venda, também os reparava.

O que a fotografia representa foi por ele vendido e é guardado como uma relíquia, mesmo sem trabalhar. Ainda o plástico não tinha entrado na sua construção e era necessário dar-lhe corda diariamente para não falhar. A precisão também não era muito rigorosa.

Na altura não era muito fácil comprar um relógio-despertador!

Hoje, só não tem quem não quer, nas lojas dos chineses vendem-se por tuta-e-meia!

São mais precisos, trabalham a pilhas e... duram o tempo que durarem!