sexta-feira, 15 de junho de 2012

Corografia do Algarve



 
Corografia ou Memória Económica, Estatística e Topográfica do Reino do Algarve é o título que tem este valiosíssimo trabalho que sinteticamente é conhecido e referido como Corografia do Algarve.

Ninguém que queira debruçar-se sobre este antigo Reino, depois Província do Algarve e hoje, genericamente, Algarve pode deixar de o conhecer.

Trabalho de folgo, a edição que possuímos facsimilada é datada de 1988 e comporta dois volumes, sendo o número total de páginas 528 acrescentando-se ainda grande número de anexos indispensáveis para o conhecimento da região. É da responsabilidade de Algarve em Foco – Editora.

A obra original de João Baptista da Silva Lopes é datada de 1841 (Lisboa, na Tipografia da Real Academia das Ciências de Lisboa). É dividida em seis capítulos assim classificados: Narração Histórica e Descritiva, Administração Pública, Pescarias, Cultura e Produções da Terra, Topografia e por último Catálogo dos Naturais do Algarve que se têm feito ilustres por seus Feitos, Artes, Ciências e Virtudes.

Constitui um manancial de informação onde, por mais leituras que façamos, encontramos sempre coisas novas que nos tinham passado numa outra leitura, pelo menos, é assim que acontece connosco.

Não vamos escalpelizar o conteúdo da obra, para nós impensável realizar, diremos contudo, que constam todos os concelhos e freguesias então existentes no Algarve, iniciando-se no Algarve Ocidental (Aljezur) e terminando no Oriental (Alcoutim) tendo-lhe sido destinadas 8 páginas, contudo, aparecem variadíssimas referências ao concelho quando se abordam assuntos específicos.

Silva Lopes ou Baptista Lopes, como habitualmente é designado, nasceu em Lagos e perfilhou as ideias liberais pelo que esteve preso na Torre de S. Julião da Barra.

Bacharel em Leis, exerceu a advocacia na sua cidade natal onde, igualmente, foi presidente da Câmara.

Tivemos conhecimento da existência deste trabalho em inícios da década de setenta do século passado e não descansámos enquanto não o consultámos na Biblioteca Municipal de Faro, onde de 15 em 15 dias ocupávamos as manhãs. Os apontamentos tinham de ser tirados à mão! Bons tempos!