sábado, 7 de abril de 2012

Guerras de 1476 / 1479 - Da Sucessão de Castela


[Batalha do Toro]

Em 1474, Henrique IV de Castela, ao morrer, deixara por herdeira D. Joana, a Beltraneja, no dizer de alguns, por atribuírem a sua paternidade não ao rei mas sim a D. Beltran de la Cueva.

Para a sucessão, os castelhanos optam por D. Isabel, irmã de Henrique IV que entretanto, tinha casado com D. Fernando de Aragão.

D. Afonso V, que desposara sua sobrinha D. Joana, casamento que não chegou a ser consumado, porque o Papa não concedeu a dispensa necessária em razão do parentesco, quis fazer valer os seus direitos, invadindo Castela onde contava com alguns partidários.

A 2 de Março de 1476, dá-se a batalha de Toro entre os exércitos da rainha D. Joana e da rainha D. Isabel, comandados, respectivamente, por Afonso V e Fernando de Aragão.

O resultado, segundo a visão portuguesa, foi duvidoso, visto a hoste do príncipe D. João ter saído vencedora, ao contrário do que sucedeu ao pai. Para Castela foi uma clara vitória.

[D. Joana, a Beltraneja]
Enquanto os portugueses desenvolveram a sua acção militar na região de Zamora, os castelhanos faziam verdadeiras razias ao longo da fronteira portuguesa, tornando-se cada vez mais intensas no decurso de 1476.

As povoações raianas do Alentejo, desde Castelo de Vide a Serpa, passando entre outras por Marvão, Portalegre, Campo Maior, Elvas e Moura, sofreram devastações.

Mais ao sul, parece ter sido Alcoutim a única povoação atingida pelos efeitos devastadores desta guerra.

A paz foi firmada em 1479 pelo Tratado de Alcáçovas, sendo negociador por parte de Portugal o príncipe D. João.

O rei de Portugal renunciou a quaisquer direitos à coroa castelhana e por compensação, obteve concessões em África.

NOTA

Este assunto teve por base a História de Portugal de Oliveira Marques e a dirigida por José Hermano Saraiva, Edições Alfa.