segunda-feira, 26 de setembro de 2011

"Teixeira" procurando as raízes



Cada vez mais as pessoas ao chegarem a uma idade verdadeiramente madura e quando os seus mais prementes objectivos já se encontram realizados, começam a recuar no tempo voltando-o a viver, mas agora e forçosamente numa análise com outro fim já que na altura a idade era outra.

Isto sempre aconteceu, agora com mais intensidade. Enquanto no tempo dos nossos avós a única possibilidade que havia para recolher estas coisas era o que a memória ia consentindo e transmitindo de geração em geração e o que se cortava com muita facilidade, hoje tudo é diferente, pois a educação e cultura são evidentemente muito superiores. Além disso, os meios tecnológicos desenvolveram-se a um ritmo muito acelerado pelo que vão proporcionando pesquisas que de outro modo seriam impossíveis.

De onde viemos e por onde teriam passado os nossos antepassados é uma interrogação que nos começa a surgir e que muitas vezes procuramos pôr em prática.

De uma maneira geral o nosso conhecimento vai até aos avós e raramente chega aos bisavós.

Quando conseguimos saber e organizar os quatro costados de onde provimos e chegamos pelo menos à 5ª geração, podemos dizer que organizámos a nossa árvore genealógica, o que cada vez é mais procurado pelo cidadão comum, já lá vai o tempo em que isso era pertença da fidalguia e onde em muitos casos a bastardia era frequente.

Vem isto a propósito da possibilidade que nos foi dada de num dos últimos dias do passado mês de Agosto ter tido a oportunidade de conhecer, confraternizar e mostrar a uma senhora residente há muitos anos num país europeu algo do concelho onde nasceu o seu avô paterno, mais propriamente a freguesia de Giões e a vila de Alcoutim.

Mais um contacto que o ALCOUTIM LIVRE proporcionou e que, segundo parece acabou por vir a acicatar algo que estava em estado embrionário.

Ao ler os variadíssimos textos que temos colocado no A.L. e ao aparecer com frequência esse nome de família, mais curiosidade causou, a tal ponto, que na primeira oportunidade a ideia de visitar e conhecer os sítios por onde os antepassados passaram não foi desperdiçada.

O ALCOUTIM LIVRE tem aqui, entre muitos testemunhos, a PROVA PROVADA do seu objectivo, mostrar por dentro e por fora o ALCOUTIM VERDADEIRO, sem bazófias, sem mentiras, com todas as suas virtudes e defeitos.

O percurso foi dividido em duas partes: De manhã, visita à freguesia de Giões depois de almoço à Vila de Alcoutim.

[Na Ermida de S. Domingos. Foto NF]

Estrada fora, fomos a caminho da aldeia do Pereiro e logo adiante cortámos à direita em direcção ao Tesouro. Descemos e vencemos o Barranco do Malheiro que por este lado divide a freguesia do Pereiro da de Giões. Aparece-nos o Monte dos Farelos. Seguimos para Clarines que visitámos, não nos tendo sido possível ver interiormente a Capela de Nª Sª de Oliveira. Explicámos dentro do que conhecemos a sua existência bem longa.

[Na aldeia de Giões procurando as raízes. Foto NF]

Voltámos aos Farelos e passámos ao lado daquilo a que chamam um núcleo museológico, fechado e o acesso cheio de ervas.

Tentámos ir à Fonte Santa. Nós que já lá fomos mais de uma dezenas de vezes, enganámo-nos no caminho, pois além de não haver nenhuma sinalética nesse sentido, o que consideramos uma falha para o poder político (Junta? Câmara?) a feitura de novos caminhos agrícolas acabou por fazer a confusão.

Sabemos que o local desde tempos imemoriais é frequentado pelos povos das redondezas, pelo que já merecia um caminho mais condizente com as necessidades.

Chegámos entretanto à aldeia de Giões, um dos interesses da visitante. Percorremos os sítios e lugares importantes: Capela de S. Domingos recentemente restaurada, ruas e ruelas, Igreja Matriz, Cemitério e antiga Fonte.

[Giões. Mais uma pista que aparece... Foto NF]

As máquinas fotográficas iam fazendo os seus “bonecos”. Perguntámos ao fotógrafo do “outro lado”: - e os dados? Resposta imediata :- eu registo na máquina, a minha mulher na memória!

Procurámos saber onde tinham vivido os antepassados. Foi fácil pois as pessoas além de conhecer esta família tradicional, são amáveis. Até reconheceram o autor do ALCOUTIM LIVRE e outros diziam: - é o que escreve sobre Giões!

Aqui, logicamente o projecto começou a complicar-se pois os contactos foram-se multiplicando com o aparecimento de parentes onde não era difícil encontrar familiares comuns! Até foi possível encontrar o hortelão do pai da visitante!

- Digo-lhe agora que era eu que ia “roubar” a fruta à minha horta! - Informou a visitante.

O tempo “perdido” já não possibilitava visitar Alcaria Alta, Marim ou o Monte das Velhas que terão de ficar para uma nova oportunidade.

[Giões. A velha fonte abastecedora da aldeia. Foto JV, 2011]

O almoço estava à nossa espera na Taverna do Ramos, onde comemos umas sopas de peixe muge, o que para a visita era coisa que não acontecia há muitos anos e que lhe soube muitíssimo bem, segundo informou.

A Taverna do Ramos é entre todos e para mim o restaurante que serve melhor em consonância com a tradição culinária do concelho. Possivelmente em todo ele não conseguia quem estivesse apto a fazer este prato.

Quando nos solicitam a informação, é esta que nós damos mas informamos que não temos lá parte nem conhecemos o nome das pessoas. É uma questão de justiça.

Depois foi a ida à Vila onde impera todo aquele actual “charme”. Negámo-nos logo a ir ao Castelo pois nunca entendemos que para visitar a sala de visitas da vila fosse necessário pagar. Não está em causa a quantia mas sim o facto.

[Na Vila, junto à Capela de Nª Sª da Conceição. Foto JV, 2011]

Estivemos na “Casa dos Condes”, junto da Capela de Nª Sª da Conceição e na Igreja Matriz onde tivemos a possibilidade de visitar o seu interior. Observámos Sanlúcar. Tomámos uma bebida na esplanada do quiosque. As horas corriam. Não deixámos de levar os nossos visitantes a visitar a marginal, passando pelo miradouro do Pontal onde só existem bancos de pedra e mesa sem qualquer sombra protectora o que não convida à sua utilização em tempo de canícula.

Montinho, Laranjeiras e Guerreiros do Rio com o majestoso Guadiana ao seu lado, depois a Corte das Donas e regressámos às Bombas da Gasolina.

A visita estava feita.

O resto fica para uma nova oportunidade.

Adeus Amigos. Boa viagem, Felicidades.