quinta-feira, 26 de maio de 2011

A charrua




A charrua é um utensílio agrícola que veio substituir o arado. Enquanto este tinha uma estrutura de madeira, a charrua era totalmente de ferro tendo constituído o seu aparecimento uma grande evolução no lavrar da terra.

Estas charruadas eram fabricadas em Portugal tendo por marca Tramagal, localidade perto de Abrantes onde existia a metalúrgica que as fabricava.

Apesar de estarem praticamente todas ou quase todas desactivadas, ainda é possível encontrar muitas arrumadas em qualquer canto onde faz lembrar aos seus possuidores como se lavrava a terra.
A sua utilização durou até meados do século passado, altura em que o seu uso começou a declinar pelo abandono da terra e o aparecimento de maquinaria mecânica onde se encontravam os tractores e mais tarde as máquinas de arrasto ou de lagartas,mais propícias a estes terrenos por vezes muito inclinados.

Havia dois tipos de charrua, a de aipo direito e a de aipo curvo como são as que se apresentam em fotografia.


A parte onde o homem pega para orientar a acção da charrua chama-se “punho” seguindo-se o “rabo”peça na qual se encontra a “argola” por onde passam as rédeas das bestas.


A parte de ferro que se segue e que suporta todas as outras peças é designada por “coluna”

“A boca do lobo” é a peça de ferro saída da extremidade do aipo que liga ao “pucho”(de madeira) que por sua vez é ligao á canga através do tamoeiro.

A “aiveca” propriamente dita prende-se à coluna por intermédio de um gancho e nela consta o “ferro” e a “ponta” que se prendem através de parafusos.

A “aranha” prende a “aiveca” à “coluna”.



A “roda” é fixa às tenazes que por intermédio das “castanholas” regulam a altura a lavrar variável e dependente de vários factores.

Após a abertura de um rego, virava-se a aiveca para que a terra ficasse convenientemente distribuída.

As bestas eram apetrechadas de monilha (molim) além da canga.