sexta-feira, 11 de março de 2011

O cemitério da Freguesia de Martim Longo



De A escultura de madeira no concelho de Alcoutim do século XVI ao século XIX, (1) transcrevemos: Nos princípios do séc. XIX assistimos à construção dos cemitérios, normalmente em espaços fronteiros à igreja, deixando então os corpos de ser enterrados no interior dos vários locais de culto. Somente encontrámos referências documentais relativas à construção do de Martim Longo, realizada em 1828, e que foi destruído em 1985.

Esta indicação não joga com a que obtivemos pela leitura da acta da Sessão da Câmara Municipal, datada de 6 de Agosto de 1840., onde se lê: a edilidade decidiu que se passassem as ordens mais determinantes às Juntas de Paróquia para fazerem os cemitérios no prazo de três meses, excepto o de Martim Longo que deverá aprontar-se dentro de um mês. (2)

[Igreja Matriz vendo-se ao fundo o antigo cemitério. Desenho de JV, 1983]

Como se vê, existe uma diferença de doze anos entre as duas datas.

O primitivo cemitério da freguesia situava-se em frente da igreja matriz, no local onde se encontra hoje o Centro de Dia.

[Monumento funerário desprezado do P. José Pedro Rodrigues Teixeira, que foi pároco de Martim Longo]
Em 1872 (3) a Junta de Paróquia apresentou à Câmara um requerimento em que manifesta a necessidade de construir um novo cemitério e pedindo para o efeito autorização para lançar uma finta ou derrama pelos fregueses na quantia de duzentos mil réis, visto a receita ordinária ser muito diminuta, com o que a Câmara acordou.

O actual cemitério situa-se um pouco afastado da aldeia, como convém, servido pela estrada da “Alagoa” e que nos leva também ao «monte» do Laborato.

Iniciou a sua função em 26 de Fevereiro de 1961, segundo informação recebida.

Lembramo-nos perfeitamente da existência do anterior que junto ao portão possuía um pequeno painel de azulejos. Foi destruído em 1985 para a construção do Entro de Dia.


NOTAS
(1) Francisco Lameira e Manuel Rodrigues, 1985, pág. 12.
(2) “O Cemitério da Vila de Alcoutim – da origem aos nossos dias”, em Jornal do Algarve de 10 e 17 de Março de 1988.
(3) Acta da Sessão da Câmara Municipal de Alcoutim de 2 de Janeiro.