quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Azinhal de Martim Longo

[Azinhal, vista geral. Foto de JV, Maio de 2010]

Existem pelo menos 15 povoações no país com esta designação, quase todas no Sul. A única a Norte que encontrámos foi no concelho de Almeida.

Além de Azinhal que já aparece no século XIV (1) existem outros topónimos com a mesma origem.

Azinhal é como se sabe um local onde crescem azinheiras, uma espécie de carvalho, também conhecidas por azinheiro e azinho e abundantes do Sul no país.

É um dos muitos casos de toponímia derivados do reino vegetal.

Situa-se a cerca de 5 km de Martim Longo, sede da freguesia e localiza-se entre duas estradas, a que segue de Martim Longo para o Barranco do Velho (EN 124) e uma derivação desta que começa por servir o Silgado, passando pelo populoso monte do Pessegueiro e os que ficam nessa linha como Mestras e Barroso, vindo entroncar na já referida EN 124. Foi feito na altura, 1989 (2) um pequeno desvio de cerca de mil e quinhentos metros, alcatroado e que serve o Monte do Azinhal.

A nível de população, em 1911 tinha 72 habitantes e sessenta anos depois descia 22%. No censo de 1991 possuía trinta e cinco moradores e no seguinte (2001) eram apenas 29 prevendo que actualmente deverão ser cerca de 20.

Em Maio de 1844 pairou sobre esta povoação huma horrível trovoada que devastou as searas destes sítios. (3)

Existiram nas proximidades deste “monte” dois moinhos de que restam ruínas. Um era branco, isto é, tinha mós “alveiras” que fabricavam farinha de trigo para pão, o outro, o moinho preto moía vários cereais para alimentação dos animais.

[Ruínas do Moinho. Retirado com a devida vénia de http://alcariaalta.blogspot.com]

Em 25 de Setembro de 1849, Silvestre Rodrigues natural deste lugar prestou provas perante o juiz-moleiro nomeado pela Câmara Municipal e ficou aprovado para exercer a profissão de moleiro e pensamos que devia estar relacionado com estes dois moinhos. (4)

Em 1931 a Câmara Municipal concede um subsídio à população do “monte” no montante de 350$00 para arranjo do poço público que estava muito necessitado. (5)

Depois de beneficiar da distribuição de água por fontanários a mesma foi levada ao domicílio em 2002, tendo sido colocada uma bomba de desinfecção. (6)

Em Sessão Camarária de 22 de Julho de 1992 foi adjudicado um conjunto de obras de arruamentos em muitas povoações do concelho e no qual esta estava incluída. (6) Em 2002 houve uma reparação dos mesmos.

Sabemos também que em 2001 foi colocado um abrigo destinado a passageiros de transportes públicos. (8)

Temos conhecimento que por volta do ano 2000 existia na povoação um produtor de ervas aromáticas e medicinais que tinham certificação biológica.
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Notas

(1) – Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, José Pedro Machado, Horizonte/Confluência, Vol. I, 1993, p196.

(2) - Boletim Municipal nº 5 de Setembro de 1989

(3) - Acta da Sessão da C.M.A. de 3 de Novembro

(4) – Blogue Alcoutim Livre, entrada de 5 de Julho de 2010.

(5) - Acta da Sessão da C.M.A. de 6 de Agosto

(6) – Alcoutim, Revista Municipal nº 9 de Dezembro de 2002, p.6

(7) - Boletim Municipal, nº 11, de Setembro/92, p. 4

(8) – Alcoutim, Revista Municipal, Nº 8 de Setembro de 2001, p.13