segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Centenário da República no Dia do Município



Reportagem

de

Gaspar Santos







Festa Anual de Alcoutim 2010. Cumpridos o Dia da Criança e o Dia do Idoso, o terceiro dia, 10 de Setembro, foi o dia do Município. Saí de casa por volta das 10 horas para assistir a uma evocação da Implantação da República. Supunha que se realizaria na Casa dos Condes ou na Sala das Sessões da Câmara Municipal. O programa das Festas deste dia referia, 10h00 Arruada e Hastear da Bandeira e 10h15 Comemoração do Centenário da República.

Ao chegar à Praça da República deparei com tropas de camuflado a sair de uma camioneta. Todo o centro da praça estava repleto de cadeiras nas quais as pessoas iam tomando assento. Fardas de elevada e de baixa patente do Exército, Marinha e da GNR, bombeiros e músicos em grande profusão. Depois, enquanto os tropas de camuflado tomavam posição em frente do pau da bandeira e ao lado uma banda de música tocava o Hino Nacional, os Bombeiros içavam a Bandeira.

A seguir a tropa em formatura prestou continência às autoridades civis e militares presentes e homenageou os combatentes da Grande Guerra de 1914-1918 e os combatentes da Guerra do Colonial. Entretanto foram colocados duas coroas e um ramo de flores junto a duas lápides com os nomes de dois alcoutenejos que morreram na Primeira Grande Guerra e dez que morreram na Guerra Colonial.

[Foto G.S.]

Assistimos depois a intervenções de oradores, começando pelo pároco que evocou abençoando os mortos e feridos das duas guerras e desejou que os vivos tenham saúde e vida para continuarem a lembrar os que morreram ao serviço da pátria.

Falou depois o ex-deputado Carlos Brito sobre a Primeira República: implantação, enquadramento histórico da Grande Guerra de 1914-1918, queda da República e Guerra Colonial.

Procedeu-se à entrega de medalhas a familiares dos mortos destas Guerras e a alguns combatentes da Guerra Colonial vivos. As medalhas foram entregues pelo Presidente da Câmara e Vereadores e Militares da Liga dos Combatentes, Associação dos Deficientes das Forças Armadas, Oficiais do Exército, Marinha e GNR convidados e pelo Comandante do Porto de Vila Real Santo António.

[Foto G.S.]


Não tiveram medalhas todos quantos tinham direito a ser lembrados. O nosso amigo José Serafim que perdeu um pé nessa guerra, e recebeu medalha, disse-nos que a Câmara Municipal apenas obteve aqueles nomes junto da Liga dos Combatentes e Associação dos Deficientes. Pelos vistos há nomes que estas entidades desconhecem.
Em representação da Governadora Civil de Faro falou ainda o secretário do Governo Civil associando-se à homenagem.

Por fim falou um coronel que lembrou serem os militares os únicos homens que juram dar a sua vida pela Pátria como aconteceu a estes homens que hoje aqui se homenagearam. A terminar discursou o Presidente da Câmara Municipal lembrando que os alcoutenejos pela sua localização sempre contribuíram para a defesa das fronteiras do País e anunciou para breve a colocação no largo do Cemitério de obelisco a recordar estes combatentes. Convidou os presentes para o beberete que se realizou no Castelo.

Esta cerimónia levou-me até meu Pai, ele também combatente na Primeira Guerra Mundial.