quinta-feira, 17 de junho de 2010

D. Leonor de Noronha, filha dos 1ºs Condes de Alcoutim

[Desaparecido Convento de S. Domingos em Santarém]

D. Leonor de Noronha, é uma figura da cultura portuguesa do século XVI, tendo nascido, segundo parece em 1488 na cidade de Évora.

Era filha de D. Fernando de Meneses e de D. Maria Freire de Andrade que foram os primeiros condes de Alcoutim.

Dedicou toda a sua vida aos livros e nunca quis casar.

Há quem diga que foi aluna de André de Resende o que não parece ser muito viável, foi contudo, e disso não restam quaisquer dúvidas, do poeta e humanista siciliano, Cataldo Sículo com quem aprendeu latim, tornando-se uma distinta latinista.

Era versada em diferentes línguas.

O seu Mestre descreve-a aos onze anos, em verso, de cabelos louros e tez rosada, fazendo mais tarde rasgados elogios à sua inteligência e aplicação ao estudo.

Entre outros, Cataldo teve como alunos, além da já referida D. Leonor, seu irmão D. Pedro de Meneses, 2º Conde de Alcoutim, os pais, D. Fernando de Meneses, e D. Maria Freire de Andrade, 1ºs Condes de Alcoutim, os filhos de D. João II, D. Afonso que morreu de um acidente de cavalo na Ribeira de Santarém e D. Jorge de Lencastre, bastardo que foi duque de Coimbra e mesmo o rei D. Manuel.

Cataldo Sículo veio para Portugal a pedido de D. João II reger a cadeira de Retórica na Universidade de Coimbra.

Traduziu do latim a Crónica Geral, de Marco António Sabélico e escreveu “Este livro é do Começo da História da Nossa redenção (…), 1552" e a que se seguiu, em 1554, “Esta é a Segunda Parte da História da Nossa redenção …".

Quando o Marquês de Vila Real, D. Pedro de Meneses, seu irmão, fez testamento em Santarém, em 1543, deixou-lhe uma tença de 250 mil réis anuais.

Viveu em perpétua castidade e morreu aos setenta e cinco anos, em Évora a 17 de Fevereiro de 1563.

Foi sepultada no Mosteiro de S. Domingos de Santarém, que já não existe e na Capela de Jesus, onde se lia este epitáfio:

Aqui jaz D. Leonor de Noronha, filha de F. Fernando de Menezes, segundo Marquez de Villa-Real, e da Marqueza D. Maria Freire, que faleceo sem casar de idade de setenta e conco annos no de M.D.LXIII.

BIBLIOGRAFIA

Dicionário Bibliográfico Português, Inocêncio Francisco da Silva, Tomo V.

As Cidades e Vilas da Monarquia Portuguesa (…), Vilhena Barbosa, 1862

Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. 18

LELLO UNIVERSAL, Dicionário Enciclopédico Luso-Brasileiro, Porto, 1975.

Enciclopédia Verbo – Luso-Brasileira de Cultura, Edição Século XXI

História de Portucália, Uma história de Portugal no Feminino, Manuel Dias Duarte, Editora Ausência, V.N. de Gaia, 2004.

História Genealógica da Casa Real Portugueza, António Caetano de Sousa, Edição QuidNovi/Público, Academia Portuguesa da História,Vol. V, 2007