sábado, 27 de fevereiro de 2010

José Temudo e José Varzeano



A fotografia que hoje documenta a Câmara Escura foi tirada há 42 anos! Não são dois dias!

Teve lugar num restaurante de Lisboa e tratava-se de homenagear o então Director Geral da Fazenda Pública.

Reuniram-se num jantar muitas dezenas de Tesoureiros da Fazenda Pública, classe hoje extinta. Passou-se isto em Outubro ou Novembro de 1967 e eu era então dos mais novos em idade e tempo de serviço.

Enquanto os mais velhos se conheciam através dos concursos a que foram opositores, e nessa altura não eram concursos fantasmas, e igualmente pela proximidade dos concelhos onde exerciam a sua profissão, contactavam quando lhes era possível no sentido de trocarem impressões sobre problemas de serviço.

Do meu concurso poucos estavam ainda colocados e alguns tinham ido parar “às ilhas”.

O último chefe com quem tinha trabalhado estava presente e teve a amabilidade de me apresentar aos colegas do “seu tempo”.

Naturalmente que se foram juntando conforme o conhecimento e muitas vezes agregados àquele que tinha sido seu mestre e com quem mantinha relações de amizade.

Comigo teria acontecido o mesmo, mas acontece que o meu “mestre”era o decano da classe e como seu representante ocupou um lugar na mesa do homenageado.

Em tais circunstâncias, sentei-me onde calhou. Os que estavam próximo conheciam-se uns aos outros mas a mim ninguém me conhecia. Naturalmente tentaram enquadrar-me no ambiente e o colega da frente pergunta-me:- Onde é que o colega exerce? Respondi-lhe naturalmente que era em Alcoutim, resposta que o admirou e entusiasmou a tal ponto que o indaguei se era de lá.

-Não, mas passei lá os melhores anos da minha vida – foi a resposta de José Temudo, então já na 2ª classe e se a memória não me falha, exercendo no concelho de Idanha-a-Nova.

José Temudo identificado à direita com uma bola branca e eu à esquerda da mesma maneira, mantivemos durante o repasto um diálogo não sobre a profissão, mas sim sobre Alcoutim.

Este facto levou-me a nunca mais ter perdido de vista este colega, muito sóbrio, mas uma referência como técnico e como cidadão. Não me esqueci, como aqui já referi, de lhe oferecer o meu livro “Alcoutim, capital do nordeste algarvio (subsídios para uma monografia), 1985.

Compreenderão agora melhor os visitantes/leitores porque José Temudo tem colaborado no ALCOUTIM LIVRE e o tem feito de uma forma muito particular.