terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Diogo Mascarenhas de Figueiredo

Pequena nota
A Figura que vamos referir não é alcoutenense mas ficou ligada à aldeia de Martim Longo que paroquiou na segunda metade do século XVII. Devido às suas características resolvemos organizar e publicar esta pequena nota biográfica.
JV


[Igreja Matriz de Martim Longo]

Filho de Diogo Martins Mascarenhas, Senhor do Morgado de Quelfes, moço fidalgo, alcaide – mor de Faro (1), Guarda-mor de Saúde e Escrivão das Sisas, tudo funções herdadas de seu pai e foi procurador por Faro, às Cortes de 1678 e de sua mulher, Margarida Baptista de Sousa.

Era neto paterno de Manuel de Figueiredo Mascarenhas que viveu no seu solar de Quelfes, teve o foro de cavaleiro-fidalgo e herdou de seu sogro os ofícios de Escrivão das Sisas e de Sobre rol das Vigias de Faro e de Isabel de Figueiredo, que era viúva de seu irmão Belchior de Figueiredo, e com quem casou e materno de Manuel Gomes Rijo e de Maria Fernandes Rijo. (2)

Diogo Mascarenhas de Figueiredo foi baptizado na Sé de Faro a 22 de Setembro de 1633.

Licenciou-se na Faculdade de Cânones.

[Portal da Igreja Matriz de Martim Longo. Foto JV, 2008]

Foi prior de Martim Longo que recebeu por renúncia de seu tio materno, o Prior Nuno Rijo de Sousa, o qual também lhe deixou um vínculo em Capela na mesma igreja.

Mais tarde (1676-1696) foi Cónego Arcediago de Lagos, na Sé de Faro.

Tinha sido nomeado Comissário do Santo Ofício em 30 de Janeiro de 1655 e em 1685 Vigário-Geral do Bispado do Algarve.

Desempenhou as funções de “Fabriqueiro” ou “Mordomo da Obra” da Sé de Faro, funções que tinham a ver com a administração dos rendimentos destinados à Catedral. (3)

Entre Faro e Olhão existia as ruínas de uma capela que tinha por invocação S. Cristóvão (3). Possuía sobre a porta, a seguinte inscrição: O DOUTOR DIOGO DE MASCARENHAS FIGUEIREDO ARCEDIAGO DE LAGOS QUE FOI NA SANTA SÉ D`ESTE REINO DO ALGARVE, COMISSARIO DO SANTO OFFICIO, MANDOU À SUA CUSTA FAZER DE NOVO ESTA EGREJA NO ANNO DE 1687.

À esquerda da porta existiu uma pedra com as armas de Mascarenhas e Figueiredo.

Instituiu em Faro os vínculos de S. Cristóvão e S. Miguel que deixou a seu irmão Barnabé, mais novo seis anos, que foi Cónego da mesma Sé.

Faleceu em Faro a 12 de Março de 1696, ficando sepultado na Capela de S. Tomás, da Sé.

NOTAS
(1) - Monografia do concelho de Olhão da Restauração, Francisco Xavier d`Athaíde Oliveira, 1906.
(2) – Famílias Nobres do Algarve, Visconde Sanches de Baena, Parte Segunda, Lisboa, 1906, pág. 54
(3) – A Catedral do Algarve e o seu Cabido, Sé em Faro, José António Pinheiro e Rosa, Volume I, Faro, 1983, pág. 38
(3) – Em 1984 ainda existiam as ruínas “A Ermida de S. Cristóvão, Um Património a Defender e Preservar, in Jornal do Algarve de 18 de Maio de 1984.