segunda-feira, 16 de março de 2009

Cantarinho do azeite


Ainda não há muitos anos este utensílio era indispensável e existia em quase todas as casas de Alcoutim.

De uma maneira geral todas as pessoas tinham oliveiras, em maior ou menor número, conforme os terrenos que possuíam.

Atingiam o maior porte nas margens do Guadiana, sendo ainda hoje algumas, milenárias.

Quem não as tinha, apanhava-as a quem as dava a meias, ao terço ou ao quinto, conforme a época em que tiveram lugar e hoje grande parte fica por apanhar, pois ninguém as quer nem dadas.

Isto acontece porque felizmente já se precisa menos e quem o desejaria fazer, já não tem idade nem saúde para isso.

O azeite fazia-se em casa por processos inteiramente primitivos, como já escrevemos um dia e para aqui pensamos, quando for oportuno, transcrever em Ecos da Imprensa.

Já foi no século passado que apareceram no concelho os primeiros lagares. Hoje nenhum labora.

Significa isto que toda a gente tinha o seu azeite que arrecadava em potes e que um dia aqui referiremos.

Quando era necessário, dele se tirava o azeite com um púcaro para encher o cantarinho como o que ilustra este pequeno apontamento.

Poderá dizer-se que é uma miniatura dos cântaros de água que já apresentámos, mas neste caso, só com uma asa.

A tampa servia de medida e por ela se orientava a quantidade de azeite a utilizar quando se cozinhava.

Hoje penso que poucos cantarinhos existirão a funcionar para o fim com que foram criados.

Por curiosidade direi que o exemplar apresentado comprei-o a um vendedor ambulante que mo vendeu por metade do preço, pois já andava ali há muito tempo e ninguém o queria.

Ainda não serviu.