terça-feira, 24 de março de 2009

Balurcos (...) (4ª Parte)

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O abastecimento do precioso líquido era feito através de poços públicos que muitas vezes nos anos de estiagem secavam causando grandes preocupações nas populações
e até conflitos.

Era, como se compreende, uma grande preocupação da Câmara gerir os conflitos a fim de todos poderem usufruir desse líquido indispensável à vida.

Por volta dos meados do século passado muitos dos poços foram apetrechados de bombas manuais elevatórios que ajudaram a resolver muitas situações.

Os moradores da Balurco de Baixo abasteciam-se normalmente no Poço Novo que já estava apetrechado de bomba elevatória.

A Casa Branca recorria ao Poço Velho, enquanto o Montinho do Cerro, o Cerro, o Deserto e o Cercado se deslocavam ao Poço do Chocalho cujo nome deve de ter uma estória para contar.


[O Poço Velho, recentemente recuperado pela Junta de Freguesia]

Em Agosto de 1949, segundo o Diário de Lisboa de 3 de Setembro desse ano não havia água nos poços públicos, vendo-se a população obrigada a ter de pedir aos proprietários
que ainda tinham poços com alguma.

Após o 25 de Abril e logo que foi possível foram abertos furos artesianos para fornecimento de água por fontanários. O Balurco de Baixo recebeu 6, Casa Branca, 2, Deserto 3, Cercado 3, Cerro 5, Montinho do Cerro 3, Balurco de Cima 7 e Guerreirinhos 1.

No dia 11 de Agosto de 2003 foi inaugurado o fornecimento de água e o tratamento de esgotos com a presença do Secretário de Estado da Administração Local. A empreitada montou a cerca de um milhão de euros.

A ESCOLA

Quando se efectuou o pedido da criação de uma Cadeira de Instrução Primária, em 1858 para a aldeia do Pereiro, contava-se com as crianças do Balurco de Cima. (14)

Que seja do meu conhecimento só em 1934 é pedida a criação de um posto de ensino para os Balurcos. O pedido é formulado em sessão de Câmara pelo vereador (secretário) José Teixeira que solicita logo autorização para o fornecimento do material necessário, o encargo da casa e iluminação. (15)

Sabemos que de 1939/42 leccionou no posto escolar a Regente Catarina Branco Mestre que ainda conhecemos em exercício na escola da sua naturalidade, Giões.


[Montinho do Cerro onde foi construído o edifício escolar de duas salas]
Em 1954/56 exerciam funções, duas docentes, a Professora Marcolina Sebastião Madeira e a Regente Margarida Travassos de Brito.

Não me foi ainda possível obter a data da construção do edifício escolar, de duas salas, mas sei que é anterior a 1967.
Além das crianças dos Balurcos recebia as da Palmeira e do Torneiro.

Em 1988 a escola era frequentada por treze alunos e dez anos depois tinha descido para 7, segundo a professora Bárbara Rodrigues (16)

No ano lectivo de 1990/91 dá-se a integração plena dos alunos desta escola na EBI de Alcoutim.

(continua)