segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O comércio de dinheiro na vila de Alcoutim



[Casa onde se instalou a 1ª Agência Bancária]


Poderá parecer sem significado, aos nossos visitantes/leitores, a abordagem deste tema mas a verdade é que de pequeníssimas coisas se faz a história local como dizem os peritos na matéria.

Além disso é um assunto na berra, no país, devido a factos que parecem escandalosos e estão sob a alçada da justiça.

O comércio do dinheiro em Portugal é principalmente feito por estabelecimentos bancários ou similares, ainda que todos nós conheçamos o caso de D. Branca e outros menos sonantes.

O comércio do dinheiro sempre deu para muita coisa e todos nós conhecemos o caso de professoras do ensino primário, para casarem com determinado indivíduo este era “obrigado” a provar que tinha rendimentos pelo menos iguais pelo que recorriam habitualmente a emprestar ao juro da lei e ficticiamente determinado capital a um familiar. O pagamento do Imposto de Capitais dava-lhe essa condição.
Isto não evitou que alguns se declarassem maridos de professoras.

Recorremos à 2ª Edição de Alcoutim, Capital do Nordeste Algarvio (subsídios para uma monografia) que continua em preparação contínua, para daí extrairmos alguns elementos que entretanto fomos recolhendo.

Na primeira metade do século passado temos notícias da existência, na vila, de correspondentes de diversas instituições bancárias. A Casa José Henriques Totta & Cª é durante muitos anos representada por João Cesário Torres & Irmão (Manuel António Torres) que também possuíam a representação do Banco Portuguez e Brazileiro.

A representação do Banco (Nacional) Ultramarino estava a cargo de José Francisco Delicioso & Irmão.

Por volta dos anos trinta, o comerciante Manuel Serafim é o correspondente do Banco Nacional Ultramarino e igualmente do Crédito Agrícola do Algarve Lda, de Tavira, cabendo a Francisco Serafim Nunes a representação do Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa.
Nos anos cinquenta o Anuário Comercial que nos possibilitou estas leves referências, não indica correspondentes de Bancos, ou porque não existissem ou por mero lapso, o que deve estar mais próximo da realidade.

Os serviços da Caixa Geral de Depósitos foram desempenhados na qualidade de Delegação e por imposição legal, pela Repartição de Finanças e Tesouraria da Fazenda Pública até 17 de Dezembro de 1984, dia em que abre dependência na Praça da República onde ainda se encontra, mas foi o Banco Espírito Santo & Comercial de Lisboa, hoje Banco Espírito Santo, o primeiro a abrir balcão na vila, o que aconteceu, se a memória não nos atraiçoa, no ano de 1977, em instalações provisórias e hoje noutro local.


[Caixa Geral de Depósitos]

A última instituição bancária a instalar-se em Alcoutim foi a Caixa de Crédito Agrícola de Alcoutim que em Fevereiro de 2002 se associou à sua congénere do Sotavento Algarvio. (1)

Apesar da sua pequenez a vila de Alcoutim dispõe de três caixas de levantamento automático.

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NOTA
(1) – Notícias do Algarve de 22 de Fevereiro de 2002.