sábado, 14 de fevereiro de 2009

José de Brito Magro

Natural de Alcoutim, era filho de António de Brito Magro e de Bárbara Maria, ambos da mesma vila.

Veio a consorciar-se em 5 de Abril de 1783 com D. Rosa Jacinta, de Martim Longo, filha de Sebastião Teixeira e de sua primeira mulher, D. Simoa Viegas Nobre.

Deste enlace, além da filha falecida muito jovem, nasceu Sebastião José Teixeira (a quem foi dado o mesmo nome do avô materno) que veio a casar com D. Maria Antónia e Aragão, de Tavira de cujo casamento resultou o nascimento de Maria Rosa Aragão e Brito

Sargento-mor da Praça de Alcoutim que, à frente dos destinos da Misericórdia a fez conhecer um período áureo entre fins do século XVIII, princípios do XIX. (1)

Além de Provedor, exerceu também as funções de Secretário durante muitos anos.

Já na qualidade de capitão-mor, lugar que ocupou desde 23 de Setembro de 1803, que vagou pela reforma de Diogo Mestre Guerreiro, (2) foi um dos apoiantes do pedido formulado pelos alcoutenejos a D. João VI para a criação de uma feira anual em Alcoutim, o que veio a ser concedido e se iniciou em 1822 chegando aos dias de hoje. (3)

A Feira de Alcoutim tem tantos anos como o Brasil na situação de país independente.

Faleceu a 12 de Maio de 1824 estando sepultado na igreja da Misericórdia, ao lado de sua filha, D. Ana Jacinta Rosa, falecida em 1808. O epitáfio salienta que foi durante a sua vida, quase perpétuo provedor e que muito se esmerou para o seu bem.


(Igreja da Misericórdia, 1969, Foto J.V.)

Penso que foi substituído nas funções de capitão-mor de Ordenanças por João Viegas Teixeira que em 13 de Maio de 1825 já exercia estas funções. (4)

Tomar em consideração que a actual posição da pedra sepulcral está desvirtuada, uma vez que não é a original.

Quando as sepulturas foram profanadas em 1973, uns brincos vermelhos da jovem renderam vinte escudos ao seu achador!

NOTAS

(1) – As Misericórdias do Algarve, Maria Helena Mendes Pinto e Roberto Mendes Pinto, 1968.

(2)– As Ordenanças e as Milícias em Portugal, Subsídios para o seu estudo, Nuno Gonçalo Pereira Borrego, Edição Guarda-Mor, Lisboa 2002, Vol.1, pág.149.

(3)– “A Feira de Alcoutim criada em 1822”, José Carlos Vilhena Mesquita,
in Jornal do Algarve de 22 de Agosto de 1991.

(4)– As Ordenanças e as Milícias em Portugal, Subsídios para o seu estudo, Nuno Gonçalo Pereira Borrego, Edição Guarda-Mor, 2006, pág. 586.

Pequena Nota
Esta FIGURA foi referida a p. 320 do nosso trabalho, Alcoutim, capital do nordeste algarvio, (subsídios para uma monografia), 1985. Voltamos a ela porque entretanto obtivemos mais elementos, ainda distantes do que pretendemos.