quinta-feira, 9 de outubro de 2008

João Possidónio Guerreiro

Voltamos hoje a mais um alcoutenense, mais propriamente a um martim-longuense pois teria nascido nesta freguesia do concelho em 9 de Janeiro de 1855. (1)

Na posse deste dado, dirigi-me ao Arquivo Distrital de Faro para consultar o respectivo assento de baptismo que não encontrei. Sem pôr em dúvida que tivesse nascido naquela freguesia, admito que tivesse sido baptizado em qualquer outro templo, pertencente a outra paróquia, quem sabe, em Tavira, pois foi nesta cidade que se veio a fixar.

O interesse na consulta do documento estava principalmente em identificar os seus ascendentes.

É interessante verificar que num assento de baptismo de 2 de Maio de 1860, é padrinho de uma criança do sexo feminino nascida no monte do Azinhal, um João Possidónio Marques, casado, farmacêutico e morador em Martim Longo. (2)

Pensamos que o apelido de Possidónio e a profissão comum, para não falar no nome próprio, por serem pouco vulgares, sugere-nos alguma ligação.

(Igreja Matriz de Martim Longo - 2007)
João Possidónio Guerreiro, estabeleceu-se, na sua especialidade em Tavira, tendo casado em 4 de Dezembro de 1884 com D. Eliza da Cruz Vizeto, filha de José Bernardo Vizeto e de D. Maria do Carmo da Cruz.
Possivelmente por influência de seu sogro, que foi diversas vezes administrador do concelho e Presidente da Câmara de 1879 a 1881, filiou-se no Partido Regenerador.

Em 1889 é eleito vereador na Câmara e pouco depois assume a Presidência da mesma. De 1896 a 1901 é Presidente da Câmara, funções que volta a desempenhar de 1905 a 1907. Exercia o cargo quando o rei D. Carlos e a rainha D. Amélia visitaram Tavira. (3)

Com a implantação da República, Possidónio Guerreiro não abandonou a política e inscreve-se no Partido Democrático e por ele é eleito membro do Senado da Câmara em finais de 1913. (4)

Faleceu em Tavira a 15 de Maio de 1915, por isso com 60 anos de idade.

Dos filhos que deixou, ninguém seguiu, segundo Arnaldo Anica, o seu trilho político.


NOTAS
(1)– http://genealogia.netopia.pt em 29.06.2008
(2) – Livro de Baptismos, nº 3, de Freguesia de Martim Longo, 1860, assento nº 27.
(3) – Tavira, Memórias de uma cidade, Ofir Chagas, 2004, pág. 226.
(4) – “Os Vizetos na Administração Local e na Indústria Pesqueira”, Arnaldo Anica in Jornal do Algarve de 27 de Maio de 1993.